Questionada sobre o que faria se acertasse sozinha na Mega Sena, respondi que pagaria contas, ajudaria meus afetos, construiria escola modelar e formaria equipes especializadas no controle da natalidade. Educação e nascimentos responsáveis, aliados à disciplina, ao planejamento, à desburocratização, ao combate à corrupção e à impunidade, representam opções seguras para o desenvolvimento brasileiro.
Quanto à instituição, embasar-se-ia na ideia de educação permanente, livre e sequencial, embora, ao longo da história, já faça parte da vida de poucos privilegiados. A novidade seria o ato de tornar a educação acessível a qualquer cidadão e, o mais rápido possível, democratizá-la-ia para que não se restringisse à mera transmissão de conhecimentos anacrônicos e impessoais. Transformá-la-ia em local onde ensinar fosse “o conjunto de lugares vocacionados para conceber, informar e exercitar os indivíduos para o desenvolvimento pleno de potencialidades”, valendo-se de museus, bibliotecas, teatros, cinemas, quadras de esportes, entidades comerciais, religiosas e militares. Com tais recursos, sobressairiam ensinamentos que não dependeriam de professores isoladamente. Deveriam alicerçar-se em projetos educacionais que procurassem dar ao educando as diretrizes para seu crescimento.
Essa escola receberia pessoas de todas as idades, em que ensinar-aprender tomaria o caráter de entretenimento produtivo e o aluno seria estimulado por pedagogia que insistisse no aspecto lúdico e criativo da aprendizagem, apoiando-se em satisfações propiciadas pelo esforço da descoberta de conhecimentos novos, em que o educador não monopolizaria o saber, mas abriria caminhos para que o aprendiz o aprofundasse através de livros, revistas, jornais, televisão, rádio, internet e da própria vida.
Quanto ao crescimento, formaria grupos dedicados em controlar a natalidade de classes sociais carentes, uma vez que a estratificação média e rica já o fez espontaneamente. Esses especialistas, através de atividades efetivas, palestras esclarecedoras que atingissem a todos, alertaria para a premência em assim agir, uma vez que a população aumenta irresponsável e incontroladamente entre os miseráveis. Motivaria políticos para elaborarem leis saneadoras desse problema que, impulsionados pelos anseios populares, engajar-se-iam nessa batalha.
Insistiria na adesão popular a tão nobre causa, porque o povo saberia que o seu engajamento centralizar-se-ia na erradicação do desemprego, da violência, da falta de moradias, de vagas em escolas, em hospitais, da exclusão social e de tantas outras mazelas. Faria acreditarem em que o Brasil se levantaria e caminharia em busca de futuro alvissareiro, desde que políticos ajudassem nessa empreitada e que religiosos não atrapalhassem
>Publicado dia 23 de agosto de 2006, Jornal Zero Hora, página 23.
Cara professora,
ResponderExcluirLi este seu texto quando foi publicado. Senti orgulho de ter sido seu aluno.
Bjs.
Aluno querido:
ResponderExcluirNem podes imaginar o quanto fiquei feliz por tuas palavras e o quanto te agradeço por teceres esse comentário.
Volta sempre. A casa tem portas largas.
Um abraço.